Simulado Bernoulli: O impacto dos influenciadores digitais no comportamento das crianças e adolescentes
TEXTO I
Se tem algo que consegue mostrar o quanto a ascensão das redes sociais revolucionou várias áreas da nossa vida é o digital influencer. Pegando o termo em sua raiz: digital influencer (ou, traduzindo literalmente, influenciador digital), basicamente, é a pessoa que detém o poder de influência em um determinado grupo de pessoas. Esses profissionais das redes sociais impactam centenas e até milhares de seguidores, todos os dias, com o seu estilo de vida, opiniões e hábitos, através da produção de conteúdo. No caso, costumeiramente o Instagram, o Facebook, o YouTube ou até mesmo o blog.
TEXTO II
Além de marcas e serviços, influenciadores podem vender ideias e discursos diversos - políticos, por exemplo. Existem centenas de canais de vídeo com conteúdo desse tipo, financiado por diferentes correntes e movimentos, dedicados a influenciar a opinião dos eleitores inclusive por meio da disseminação de mentiras. Outros tipos de canais, com youtubers dedicados a pregar peças em desconhecidos e a “trolar” (termo que pode ser traduzido como “zoar” ou tirar sarro) familiares, também podem influenciar crianças e jovens a terem comportamentos totalmente condenáveis, como foi o caso do influencer Kanghua Ren, mais conhecido como ReSet, que deu pasta de dente com bolacha para um morador de rua e, além de filmar a atrocidade, publicou um vídeo mostrando o absurdo. Esse cenário confuso, em que é cada vez mais complicado distinguir o que é espontâneo, patrocinado, seguro ou apenas “brincadeira”, reforça a necessidade de se educar crianças e jovens para que eles entendam que tipo de mensagem está em jogo. Leitores mais críticos serão consumidores mais conscientes e, consequentemente, cidadãos mais engajados.
TEXTO III
Os influencers ditam tendência e estão sempre mostrando um estilo de vida sonhado por muitos, como o corpo esbelto, viagens incríveis, casas deslumbrantes, carros novos e alegria em tempo integral. Algo bem improvável de ocorrer o tempo todo, aponta Carla Furtado, mestre em Psicologia e fundadora do Instituto Feliciência. A problemática pode surgir com a busca incessante por essa felicidade, que gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a “vida perfeita” de outros. Daí vem o conceito de positividade tóxica: a expressão tem sido usada para abordar uma espécie de pressão pela adoção de um discurso positivo aliada a uma vida editada para as redes sócias, avalia a profissional.
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