A nova onda do negacionismo em tempos de pandemia: uma virulência da ignorância no Brasil

Textos Motivadores


I.
Sistemas do corpo humano, botânica e taxonomia. Essas são algumas das   coisas que vêm à mente da maioria das pessoas quando elas pensam em ciência   da vida, a famosa biologia. Por mais que grande parte da população a associe   à escola, ela tem várias aplicações na “vida real”. Pode-se até dizer que ela   é uma das áreas básicas para o desenvolvimento local, nacional e global.

A saúde pública é provavelmente a primeira coisa que tem vem à mente quando   você pensa em ciência da vida, não é? Não é à toa! Ela é a base de   praticamente todas as descobertas sobre a prevenção e cura de doenças, bem-estar   e longevidade. Graças à ciência da vida, os profissionais da saúde podem   fazer melhores recomendações a seus pacientes, desenvolver novos tratamentos   e dar uma melhor qualidade de vida a quem tem doenças crônicas. Esse também é   o aspecto da ciência da vida que faz com que ela tenha uma esfera de influência   que vai muito além da comunidade científica.
Disponível em: https://dpunion.com.br/ciencia-da-vida-e-sua-importancia. Adaptado.



II.
A psicanálise   freudiana define a negação como um mecanismo de defesa, um processo de fácil   compreensão e, muitas das vezes, associado a estágios complexos, profundos e   dolorosos. Lamentavelmente, não classifico o negacionismo como um primo feio   da negação. Afinal, ele surge através da escolha de negar a realidade como   forma de escapar de uma verdade desconfortável.
Temos vivido   inegáveis e lamentáveis tempos de polarização. A consequência disso reside na   fuga de muita gente ao menor sinal de confronto perante a realidade. Em   tempos de epidemia da ignorância e de uma   disputa pouco razoável por uma vitória de narrativas, a recusa em aceitar a   realidade verificável se tornou moda, como uma espécie de movimento de   resistência ao bom senso. O negacionismo emerge como uma boia da estupidez.
Entendo que   aqueles que não tiveram informação e educação pensem apenas de acordo com as   necessidades profundas e primárias que batem em suas portas. Aos demais, aos   que escolhem a negação por puro fanatismo político ou falta de empatia pelo   próximo, desejo apenas consciência.  A ignorância não é uma virtude, mas   pode acontecer. O negacionismo é só estupidez, e por escolha. A burrice   epidêmica precisa ser contida. Fique em casa e pense fora da caixa.
Disponível em: < https://cronicasdecategoria.com/2020/04/01/o-negacionismo-como-boia-da-estupidez/>. Adaptado.


III.
Que riscos e   consequências surgem quando posturas negacionistas são adotadas como   políticas de Estado?
Na pandemia, a gente viu   exatamente que o preço do negacionismo é pago em vidas. Esse preço ficou   realmente evidente muito mais rápido, muito mais próximo e com números   assustadores. A gente vive um momento em que é necessário separar ou colocar   de forma muito mais clara essa manipulação que existe da metodologia   científica por aqueles que negam a ciência, como por exemplo utilizar   ferramentas que são corriqueiras da ciência como o debate e o confronto das   ideias. É o que sempre digo: a gente confronta ideias, não confronta pessoas.   Essa é outra face do negacionismo que está se exacerbando. Agora, não se   ataca só as ideias, ataca-se frontalmente as pessoas. Ameaça, pune, restringe   espaços, restringe liberdade de expressão em alguns casos, coloca-se a força   de instituições do Estado contra pessoas, contra pesquisadores, a gente vê   casos preocupantes com relação a isso.
Disponível em: <https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/entrevista/o-preco-do-negacionismo-e-pago-em-vidas>. Adaptado.


Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base na reflexão que propiciam a respeito dosposicionamentos apresentados,   produza, na norma-padrão da língua portuguesa, uma dissertação argumentativa sobre o tema A nova onda do negacionismo em tempos de pandemia: uma virulência da ignorância no Brasil, principalmente   abordando as consequências disso para a saúde pública nacional.

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